domingo, 8 de abril de 2012

Repórter ou criativo




Há uns dias li um texto que considerava existirem dois tipos de escritores de ficção: os repórteres e os criativos.

Nunca tinha pensado no assunto por esta perspectiva, mas faz todo o sentido, pois se há pessoas que tendem a basear-se em situações que presenciaram ou viveram, outras há que preferem afastar-se de todas as experiências pessoais e explorarem o imaginário, desde o universo povoado de criaturas impossíveis até à projecção e organização de um enredo em que desenvolvem um mundo alternativo e personagens conforme lhes pareça mais apelativo. Uns absorvem inspiração da vida literal, concreta - são minuciosos na maneira como interpretam e transformam as suas vivências para uma história mais ou menos crua e realista; outros embarcam na aventura do abstracto e do faz-de-conta - são ambiciosos na forma como assumem o papel de criadores e constroem toda uma realidade ou parte dela de raiz.

É claro que nenhum escritor é puramente repórter ou criativo; contudo, acho que há sempre um estilo no qual este se sente mais confortável, a zona de segurança a partir da qual experimenta novas formas de se exprimir. No meu caso, foi desde logo, instintivamente, a criativa, se bem que ultimamente sinto cada vez mais vontade de descobrir a repórter. E vocês, qual preferem, quer como escritores ou mesmo como leitores?

Muito obrigada pelos vossos comentários! ♥

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012